Uma riqueza tão profunda como a da comunhão dos santos não poderia deixar de se manifestar no momento mais importante da vida da Igreja, que é a celebração da liturgia. Para a Igreja Católica, a liturgia não é apenas o momento de reunião e oração dos fiéis. A celebração da missa, os sacramentos e outros atos litúrgicos, escondem uma grande realidade! Como Cristo é homem e Deus, também a Igreja é humana e divina. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. O Espírito Santo é a alma da Igreja, e é Ele quem faz de nós membros do Corpo Místico de Cristo. Quando a Igreja se reúne para a oração litúrgica, é Cristo quem está presente realizando a nossa santificação. Se dependesse de nós, nossa oração não teria força alguma. Na liturgia porém, quem faz a oração é o próprio Cristo. Ele se oferece ao Pai, e assim nossa oração é agradável a Deus. O único sacrifício de Cristo, sua morte e Ressurreição, que nos trouxeram a vida, é renovado na celebração da Eucaristia porque Cristo está presente. Pela sua ação, participamos da sua morte e ressurreição. Da mesma forma, todos os atos litúrgicos são atos de Cristo. E porque são atos de Cristo, são atos que fazem presente a Sua salvação. Esses atos ele realiza com a Igreja, seu Corpo Místico. Jesus disse: "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mt 18, 20).A liturgia, por isso, é o centro da vida da Igreja. É pela força de Cristo que ela vive, que ela prega o evangelho por ordem do mesmo Cristo, que ela se esforça para viver a caridade e o serviço no meio dos homens. Realiza todos seus trabalhos para poder reunir todos os filhos de Deus na liturgia, em torno de Cristo, e daí novamente sair pelo mundo realizando sua missão...Por isso mesmo a Igreja da terra é chamada de Igreja Peregrinante, pois estamos em caminho, esperando o dia em faremos parte da Igreja Celeste, que já está em Deus.Como a liturgia é a perfeita glorificação de Deus, pois é Cristo quem se oferece ao Pai, e onde está Cristo está o seu Corpo, na liturgia nos unimos a toda a Igreja, não só a Igreja que caminha neste mundo, mas também a Igreja Celeste, que canta seus louvores a Deus. Na liturgia se faz sentir com toda a sua força a comunhão de todo o Corpo Místico de Cristo, todos os que estão unidos a Ele. A liturgia é o momento maior da comunhão dos santos, pois os membros do corpo comunicam uns aos outros o amor de Deus, e cantam o mesmo hino de louvor.
A liturgia e os santos de altar
Por isso, o maior sinal de veneração que a Igreja pode dar a um santo é permitir o seu culto público, ou seja, que seja venerado na liturgia, no momento mais importante da vida da Igreja. Colocar um santo no altar tem esse sentido: não é só propô-lo oficialmente como exemplo a ser imitado, mas reconhecê-lo como membro insigne da Igreja Celeste, e como intercessor diante de Deus na comunhão dos santos. Nos unimos ao louvor que ele faz a Deus e participamos da missão que Deus lhe deu de interceder pelos irmãos. Santa Teresinha disse: "Passarei meu céu fazendo bem na terra" (Catecismo da Igreja Católica, no.953, p. 230). Os santos não estão "adormecidos" em Deus, mas ativamente solidários com os irmãos mais novos que ainda percorrem os caminhos desse mundo.Um Servo de Deus é colocado no altar com a beatificação. Ele pode receber o culto público da Igreja nas regiões onde viveu, e depois, com a canonização, seu culto é estendido a toda a Igreja universal. Por isso a beatificação e a canonização são atos extremamente importantes e é necessária a causa de canonização para se chegar a essa decisão.
Para sua oração pessoal, particular, sugerimos duas Ladainhas
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