Pe. Nazareno Lanciotti (*03/03/1940 +22/fev/2001)
Nazareno nasceu em
3 de março de 1940, em Roma, Itália, filho de Antonietta e Giácomo Lanciotti. Foi ordenado padre
em 29 de junho de 1966, e pertencia ao clero de Subiaco, pequena diocese perto
de Roma. Destacou-se no clero em Roma, onde trabalhou durante cinco anos. Veio
ao Brasil em 1971 como sacerdote Fidei Donum. Quando veio para o
Brasil, ficou alguns meses em Poxoréu, MT.
Chegou em Jauru, MT, dia 12 de janeiro
de 1972, com um grupo de jovens da Operação Mato Grosso. Jauru está a 200 km a
oeste de Cuiabá, e pertence à diocese de São LuÃs de Cáceres. Pe. Nazareno
superou inúmeros obstáculos. Foram 29 anos de vida, dedicada a essa pequena
localidade. Sofreu muito, teve de se adaptar a um lugar que era praticamente o
oposto de sua terra, a começar pela lÃngua, os costumes e a falta de conforto.
Em Jauru faltava energia, meios de comunicação, até Casa Paroquial. Ficava
hospedado em um pequeno hotel de madeira, onde pessoas ficavam conversando até
altas horas da noite. Havia também uns porquinhos que ficavam se roçando na
parede, atrapalhando o dormir. Sofria ainda nas estradas, quando ia para as
comunidades, junto com o Padre Riva em um jeep, pois as estradas eram péssimas.
Ele dizia que parecia balançar até o cérebro. Graças à oração,
tudo o que fazia estava em sintonia com Deus e tornava-se Sua obra. Foi um governante
inteligente, dirigia cada trabalho com interesse, sendo enérgico e exigente, ao
mesmo tempo bondoso e caridoso. Como bom pastor, conduzia leigos, nomeou muitos
ministros. Pe. Nazareno transformou Jauru. Em 1973, ficou
encarregado dos trabalhos pastorais de Jauru e região. Preparou logo um centro
de catequese, para facilitar o ensino da religião às crianças. Comovido com o
número de crianças que aà morriam, elaborou junto com o então bispo da diocese,
Dom Máximo Biennès, um projeto para um pequeno hospital, para responder à s
solicitações locais. Após muita luta obtiveram a verba necessária junto Ã
Misereor, organização caritativa da Igreja católica alemã. O próprio pai do
Padre Nazareno, pedreiro de profissão, veio se juntar a eles na construção
durante seis meses. Pouco tempo depois, o hospital interiorano mereceu a melhor
classificação dada pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). Franca
Pini, também italiana consagrada a Deus, que veio com a Operação Mato Grosso,
tornou-se companheira e amiga do Pe. Nazareno e hoje ocupa a direção
administrativa do Hospital Patronato Nossa Senhora do Pilar. Em 1974 iniciou a
construção de uma igreja paroquial, inaugurada no ano seguinte. Em 12 de
outubro de 1976 foi criada a paróquia Nossa Senhora do Pilar em Jauru e ele foi
o primeiro pároco. A igreja foi tornando-se pequena, e assim foi construÃdo o
Santuário Imaculado Coração de Maria. Para as comunidades
no interior construiu igrejas e nomeou ministros, pensando na Eucaristia para
todos. Na matriz construiu salas de catequese e um grande salão paroquial para
reuniões: a formação das crianças e dos adultos sempre foi uma grande preocupação
sua. Empenhava-se em atrair os jovens para Cristo, fazia constantemente retiros
espirituais, em Jauru e em outras paróquias. Amava sempre a
todos sem querer nada em troca. Em 1986, no conflito sangrento do
Mirassolzinho, onde muitos posseiros morreram, Pe. Nazareno foi um verdadeiro
pai para as famÃlias despejadas, acolhendo-as nas capelas das comunidades. O
medo ainda dominava, via-se claramente o pavor nos olhos das crianças, algumas
delas órfãs de poucos dias. No inicio de 1981,
Padre Armando e Padre Nazareno se animaram para fundar o Seminário Menor em
Jauru, de acordo do bispo D. Máximo. Já passaram pelo seminário mais ou menos
300 seminaristas, e já se formaram vários sacerdotes, dentre eles o P. Benedito
Correa de Lima, hoje pároco de Jauru. Construiu a CNEC-
Campanha Nacional de Escolas Comunitárias – que funcionou durante muitos anos,
e hoje serve de alojamento para pessoas que vem para retiros. Construiu o abrigo
de idosos Imaculado Coração de Maria, onde atualmente cerca de 40 idosos
recebem todos os cuidados materiais e espirituais necessários para uma vida
digna. Em 1988, Pe.
Nazareno tornou-se responsável nacional do Movimento Sacerdotal Mariano (MSM).
Desde então, colocou-se á inteira disposição deste Movimento. Viajava
constantemente por diversas cidades do Brasil difundindo os cenáculos de
oração, nos quais teve grande êxito, pois se tornaram numerosos os grupos de
cenáculo. Pe. Nazareno semeou
a semente da fé em muitos corações e durante sua vida pôde ver alguns frutos de
seu trabalho. A missa e a confissão foram os dois pólos de sua missão. A
confissão feita a ele, passava a ser ponto de partida para uma nova vida
espiritual. Pedia confiança total na Mãe e a reza diária do Santo Terço.
Realizou em Jauru a exposição solene do SantÃssimo Sacramento durante o dia
inteiro, todos os dias da semana. Tais frutos não foram colhidos apenas em
Jauru, pois seu trabalho se estendia por toda parte. Foram inúmeras as
conversões dos fiéis. Parecia incansável, foi um verdadeiro pastor. Seu martÃrio Não obstante tudo
isso, Pe. Nazareno sabia perfeitamente que seu trabalho dificultava muitos
interesses. Jauru é uma região muito
perigosa, quase fronteira com a BolÃvia. È terra de traficantes, latifundiários
e maçons. Embora Pe. Nazareno nunca tenha sugerido o voto dos fiéis nesse ou
naquele candidato, alguns acreditam que ele foi responsabilizado pela vitória
do candidado católico à prefeitura, causando a derrota do candidato da
maçonaria, que almejava a reeleição, e era acusado de facilitar as casas de
prostituição na cidade. No dia 11 de
fevereiro de 2001, após a celebração da missa, enquanto jantava com cerca de 8
amigos na casa paroquial, dois homens encapuzados entraram, ameaçaram os
presentes e pediram a quantia de R$ 1.500,00 da paróquia. Um deles disse a Pe.
Nazareno: "Padre, o senhor reza muito bem a missa. Mas esta foi a última
missa que o senhor rezou". O padre se colocou de joelhos e começou a
rezar. O homem cochichou algo nos seus ouvidos e depois colocou a arma em sua
nuca. Começou a jogar a roleta russa, e na terceira tentativa deu-se o disparo.
O dinheiro
requisitado não foi levado. Não foi latrocÃnio, mas execução. Pe. Nazareno foi
levado para o hospital em Cuiabá e logo em seguida para São Paulo, para uma
delicada cirurgia. Viveu dias de terrÃvel agonia. A cidade fazia vigÃlias de
oração, mas Nossa Senhora lhe preparava a coroa do martÃrio. Cinco dias depois
recuperou a fala pela primeira vez. Contou a Pe. Stéfano Gobbi, fundador do
Movimento Sacerdotal Mariano, que na hora do atentado não tinha visto homens,
mas o demônio em pessoa. O homem lhe dissera ao ouvido: “Você está nos
destruindo, nos perturba demais, temos que te matarâ€. Perdoou seus assassinos e
faleceu no dia 22 de fevereiro, às 10h da manhã. O arcebispo de São
Paulo pediu que seu corpo passasse pela Catedral da cidade antes de partir. DaÃ
seguiu de avião para Cuiabá, onde seu arcebispo e uma multidão de féis o velou
até a manhã, quando então seguiu para Jauru. Recebeu-o o bispo de Cáceres, Dom José Vieira de Lima, que disse de Pe.
Nazareno: “é um mártir dos nossos diasâ€. Ele determinou que o padre fosse
sepultado na Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar junto ao confessionário onde
estava sempre presente, olhando para o altar onde sempre expunha o SantÃssimo
Sacramento. Restos mortais: na Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar, em Jauru,
MT. Biografia obtida a partir
dos seguintes sites: História de Pe. Nazareno: http://www.msmjucim.falai.net/pe_nazareno.htm Zenit (notÃcia em lÃngua espanhola):
http://www.zenit.org/spanish/archivo/0102/ZS010228.htm#2966 Rádio Vaticano:
http://www.radiovaticana.org/portuguese/brasarchi/2001/RV13/01_13_20.htm Nazareno Lanciotti-
lettera alla mamma:
http://www.quarenghisubiaco.it/index.html?decoration=6&module=htp.tsite&resID=366699&op=show Para maiores informações: Cúria Diocesana de São LuÃs
de Cáceres Praça Barão do Rio Branco,
296 Centro 78200-000 Cáceres
MT Tel.: (65) 223-1788 dioccac@terra.com.br Em Jauru: Srta. Franca Pini: tel.: (65)
3244-1242
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