Venerável João Luiz Pozzobon
*12/11/1904 - †27/06/1985
diácono permanente (casado)
João Luiz
nasceu aos 12 de dezembro de 1904, dia de N.Sra. de Guadalupe, em Ribeirão,
municÃpio de São João do Polêsine, RS. Cresceu numa famÃlia profundamente
religiosa e mariana. Desde menino distinguiu-se por sua piedade e disposição
para servir. A partir dos doze anos trabalhou na lavoura com seus
pais. Esteve 10 meses no Seminário e devido a problemas de visão e
necessidades de seus pais, voltou para casa.
Casou-se em 1928 com Teresa Turcato e teve dois filhos. Em 1932 mudou-se de
Restinga Seca para Santa Maria, RS, onde viveu até o fim da vida. Ficando
viúvo, casou-se novamente em 1933, com Vitória Filipetto, e teve mais cinco
filhos. Sempre honrou os deveres de esposo e pai. Exerceu a profissão de
comerciante com hotel e depois mercearia.
Conheceu o
Movimento de Schoenstatt, fundado pelo Pe. José Kentenich, na Alemanha, através
dos padres palotinos e das Irmãs de Maria de Schoenstatt. Em 1948 consagrou-se
à Mãe e Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, no Santuário
Tabor, em Santa Maria. Em 1950, Joăo recebeu de Irmã Terezinha Gobbo uma imagem
da Măe Admirável, para levá-la à s famÃlias, e compreendeu que este presente era
a missăo de sua vida. Foi assim que, a partir de 10 de setembro deste ano, até
sua morte, 35 anos após, ele não deixou, por um só dia de andar com a Imagem da
"Mãe Peregrina", carregada em seus ombros, a “Grande Missionáriaâ€.
Sem descuidar de seu pequeno comércio em Santa Maria, sua mulher e filhos,
peregrinou aproximadamente 140.000 quilômetros a pé, visitando famÃlias,
escolas, hospitais e presÃdios, anunciando o evangelho e promovendo a
cidadania. Fazia isso através da reza do terço, aconselhando os casais,
crianças, doentes, consolando os presos. Foi uma árdua caminhada, que o próprio
João Pozzobon chamava de "Força da
Campanha". Grande era o poder interior que o comandava, pois era pobre,
inculto, modesto pai de famÃlia, com problemas de saúde. Ele teria milhões de
desculpas para acomodar-se atrás de suas dificuldades e viver egoisticamente.
Mas o "Pobre Peregrino", como ele mesmo se intitulava, sentia a
potência e a bondade de Deus Trino e o amor da Mãe de Deus com o conhecimento
profundo do coração. Um de seus lemas era "viver e ajudar a viver".
Por isso, ousou enfrentar incompreensões e oposições e nunca desistiu da
tarefa, que se impusera, de repartir cotidianamente o pão da palavra, a força
da oração, a graça dos sacramentos (como diácono permanente) e também coisas
materiais com aqueles que ele sabia necessitados.
Em 1951, João Pozzobon recebe a bênção do Pe. Kentenich, em visita ao Brasil,
para ele pessoalmente e seu apostolado. Em 1952, fundou em Santa Maria a “Vila
Nobre da Caridade†para dar abrigo aos pobres. Comprou um pedaço de terra e,
com auxÃlio de outras pessoas, construiu um grupo de casinhas. Nela famÃlias
mais necessitadas podiam residir até que conseguissem uma casa própria. Os
moradores eram orientados para o exercÃcio de sua cidadania, como a promoção de
um convÃvio fraterno com os demais moradores, legitimação de matrimônios,
cuidado com meio ambiente, responsabilidade no trabalho, entre outras ações.
Para favorecer o trabalho apostólico do Sr. João, a 30 de dezembro de 1972, Dom
Érico Ferrari o ordenou Diácono Permanente da Diocese de Santa Maria, na Capela
Nossa Senhora das Graças, construÃda com sua colaboração.
Para
divulgar a sua Campanha do Rosário viajou para América Latina, Alemanha,
França, Portugal, Itália e Roma, onde recebeu, em 1979, a bençăo do Papa Joăo
Paulo II. A Campanha da Mãe Peregrina de Shoenstatt foi tomando dimensão
universal: atinge hoje cerca de 7 milhões de famÃlias, em 93 paÃses. No Brasil,
cerca de 4 milhões de famÃlias recebem a imagem da santa em suas casas.
Intenso era
seu desvelo por Maria, Mãe de Deus, de quem se considerava um pequeno filho;
seu amor à Eucaristia, que diariamente recebia; seu extraordinário espÃrito de
oração, pois chegou a recitar 15 terços diariamente, e rezava também a
Via-Sacra todos os dias. Construiu 3 capelinhas em locais onde o povo pudesse
se reunir para rezar. Grande a sua fidelidade heróica à Igreja, sua obediência
e humildade frente às autoridades religiosas, sempre unido aos trabalhos de sua
paróquia.A tudo o que o fazia sofrer atribuÃa um valor redentor, como o
cansaço, fome, crÃticas... Tinha a simplicidade de uma criança, a qual permitia
que cativasse até mesmo auditórios de pessoas cultas. De tudo isso ressalta a
perfeita harmonia entre sua vida natural e sobrenatural, entre sua fé e seu
agir. O "pobre João" não foi vencido nunca. Levantou-se sempre de
novo. Venceu o mal com o bem, convencido de que "O amor supera tudo",
como gostava de dizer.
Na manhã de
27 de junho de 1985, o Diácono João Luiz Pozzobon foi colhido por um caminhão
em meio a uma espessa neblina, enquanto se dirigia ao Santuário de Schoenstatt
para participar da Santa Missa, como fazia todos os dias. O céu ganhava mais um
aliado. Suas últimas palavras foram: "Misericórdia, Senhor! Mãe,
misericórdia. Eu vou morrer me ajudem, eu não posso mais!"
Foi
enterrado em Santa Maria, junto à suas duas esposas, Teresa (falecida em 1933)
e Vittoria (falecida em 1979), cumprindo-se assim sua última vontade:
"Desejo ser sepultado no Cemitério ‘Santa Rita’, junto a minhas duas
esposas, pois vivemos juntos muitos anos de vida matrimonial. Elas foram fiéis,
acompanharam-me na grandiosa missão e com elas pude chegar à terceira Esposa, a
sagrada e grande missão da Campanha do Santo Terço". Quando o Diácono João
Pozzobon faleceu, haviam 2.750 imagens da Mãe de Deus peregrinando nas
famÃlias. Hoje são mais de 150.000.
Oração pela canonização
Deus, nosso
Pai, fizeste de João Luiz Pozzobon
um esposo e pai exemplar, um amigo dos pobres
e um incansável
peregrino. Ele dedicou sua vida a levar a Mãe
e Rainha à s famÃlias, hospitais, escolas e presÃdios, rezando o terço.
Por isso
Pai, confiante peço que, se for da Tua Vontade,
este Teu servo seja canonizado e, por sua
intercessão,
eu possa
receber a graça que tanto necessito: (pedir a graça).
Assim rezo com Maria, a Grande Missionária, para a Tua Glória, o
florescimento da Igreja e a Santificação das famÃlias. Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.
Restos Mortais: no
cemitério Santa Rita, cidade de Santa Maria, RS.
Para
visitação dos fiéis:
Em São
João do Polêsine: a
sua casa natal onde conservamos tudo como foi até ele se casar mudar-se para
Restinga Seca.
Em
Ribeirão (50km.
de Santa Maria): a Igreja São Pedro onde João Pozzobon foi batizado, fez a
1ª Comunhão, recebeu a Crisma(sacramento da Confirmação) e onde casou-se em
1928 com Tereza Turcato.
Em Santa
Maria: pode-se
visitar a Casa-Museu onde ele criou seus 7 filhos, tinha um pequeno
armazém. Aà se conserva tudo como ele deixou após a sua morte. Av. Osvaldo
Cruz, 697, Km. 3, tel. (55)221.4648. Horário de visitas: terça-feira a domingos
de 8:30h. Ã 17:00h.
No Centro
Maria, em frente o Santuário de Schoenstatt: a Imagem histórica que João
carregou durante 35 anos e percorreu a pé140.000 km.
O Santuário
de Schoenstatt: lugar sagrado onde Pozzobon iniciou sua Campanha do
Rosário e buscava as forças e graças para superar todos os obstáculos, que não
foram poucos. Atrás do Santuário foi colocado uma Cruz negra com o seu nome
O Marco
João Pozzobon, localizado no inÃcio da Av. Nossa Sra. das Dores, local
onde foi atropelado por um caminhão e que causou a sua morte.
A Vila
Nobre da Caridade no Bairro Cerrito, onde João desenvolveu a sua parte
social acolhendo os pobres.
A Via-Sacra
que são 15 estações retratando a paixão e morte de Jesus Cristo, partindo de
frente do Santuário de Schoenstatt indo até a Vila Nobre da Caridade.
Causa de canonização: sediada
na Diocese de Santa Maria, RS. Ator: Presidência Nacional do Movimento de Schoenstatt do Brasil.
Processo informativo diocesano iniciado 12/12/1994; Decreto da Heroicidade das
Virtudes em 20.6.2025.
Bibliografia sobre o Servo de Deus:
Pe. Victor
TREVISAN, João Luiz Pozzobon – Um
“Santo†com têmpera de missionário leigo.
Pe. Victor TREVISAN. Joao Luiz Pozzobon e o 31 de maio.
Pe. E. URIBURU. João Luiz
pozzobon, peregrino e missionero de Maria
Pe. E. URIBURU. Herói hoje,
não amanhã.
Pe. E. URIBURU. 140.000 Km a
caminho com a Virgem
Pe. Ilvo S. Roratto. A maravilhosa obra de um Homem de
fé
Para comunicar graças alcançadas pelo
Servo de Deus:
Postulação
da Causa do Diácono João L. Pozzobon
Rua
Fioravante Spiazzi, 1530
Caixa Postal
7018
97050-971 Santa Maria
RS
Tel./Fax: (0xx55)
3221-1097 e 3221-0439
e-mail: sionmari@terra.com.br
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